BRASÍLIA – Menos de dez dias depois de reduzir a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano para 2,1%, o governo federal revisou sua estimativa novamente e começou a prever uma expansão de apenas 0,02% para este ano, ou seja, estabilidade.
O número foi publicado pelo Ministério da Economia através do relatório de receitas e despesas do orçamento para 2020. O Estado antecipou a revisão do crescimento da economia para quase zero devido aos efeitos do covi-19.
Na semana passada, o mercado estimou um aumento de 1,68% para o PIB deste ano, segundo pesquisa do Banco Central, mas já existem instituições financeiras que estimam uma contração do PIB em 2020.
Em 2019, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o PIB cresceu 1,1%. Foi o desempenho mais fraco em 3 anos, com o resultado afetado principalmente pela perda da taxa de consumo das famílias e investimentos privados. Em 2017 e 2018, o crescimento foi de 1,3% nos dois anos.
Nos últimos dias, a área econômica do governo anunciou uma série de medidas para fornecer melhores serviços de saúde à população e também para impedir que a crise econômica tenha um grande impacto no nível de emprego.
O governo também informou que, se o decreto de calamidade pública não fosse aprovado pelo Congresso Nacional, seria necessário bloquear R $ 37.553 bilhões em despesas orçamentárias neste momento.
A contingência seria necessária para tentar atingir o objetivo de um déficit primário (despesas maiores que a receita, sem contar os juros da dívida pública) de até R $ 124,1 bilhões em 2020. O objetivo está contido na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para este ano
Na sexta-feira 20, no entanto, o Senado Federal aprovou o projeto de decreto legislativo que reconhece o estado de calamidade pública no país devido à pandemia de coronavírus. Como resultado, o governo não precisará mais cumprir a meta fiscal e poderá fazer os gastos necessários para combater a pandemia de coronavírus e seus efeitos na economia.
Sob um estado de calamidade pública devido ao novo coronavírus, o déficit em contas públicas é inicialmente estimado em R $ 161.623 bilhões em 2020, afirmou recentemente o Ministério da Economia.
A carteira enfatizou, no entanto, que as demais regras fiscais são mantidas, como o teto de gastos (que limita o avanço dos gastos à inflação) e a regra de ouro (que impede a emissão de dívida para financiar as despesas correntes, como salários). e eles precisam ser respeitados.
O déficit pode ser ainda maior este ano porque as projeções de receita e despesa ainda consideram parâmetros macroeconômicos defasados. A estimativa de crescimento econômico, por exemplo, foi de 2,1%. No entanto, o governo já indicou que o revisará em 0,02%, conforme previsto pelo Estadão / Broadcast. Um relatório desatualizado pode ser publicado para ajustar as estimativas de despesas e receitas.
O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, afirmou nesta quinta-feira (19) que as estimativas para o déficit das contas do governo em 2020 serão “sempre revisadas e informadas ao mercado e ao público em geral”. No entanto, ele não explicou quantas vezes isso será feito.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo