Fernanda Venturini Está em processo de reforma. A ex-jogadora de vôlei fez 50 anos no mês passado e a nova era veio na esteira de uma série de mudanças, incluindo o fim de seu casamento com o treinador. Bernardinho, com quem morou 25 anos e teve duas filhas, Julia, 18, e vitória, 11. “Quero ter saúde para viver bem. Em teoria, cheguei à metade da minha vida e o volante ia começar a cair, mas não vou deixar cair ”, ri, no Beach Park, no Ceará, onde passou um breve intervalo com as meninas.
“Estou muito ligada à saúde e hoje quero paz. Minha vida começa em todos os sentidos ”, afirma Fernanda, garantindo que por enquanto não está pensando na vida amorosa. “Agora não é hora de pensar no homem, a Cantada sempre existe: separada ou casada. Mas é só você saber o que quer para sua vida ”, diz Fernanda, adiantando seus planos para a fase atual.
“Quero montar meu apartamento novo e ajudar meu ex-marido a montar o dele para as meninas, elas estavam bem (na casa do Bernadinho)”, diz. Explique que a separação foi “a mais normal”. “Não houve fofoca, nenhuma traição ou qualquer coisa errada. Esta tudo bem. Serei sua amiga para o resto da minha vida, vou continuar a cuidar da sua família, a quem amo, para o resto da minha vida ”, diz ela, que já havia passado por outra mudança, no caso físico, há cerca de um ano e meio.
É que apesar de ter sido atleta a vida toda, Fernanda só agora diz que está em paz com sua forma. “Para falar a verdade, agora estou feliz com meu corpo. Troquei toda a minha comida e, com certeza, hoje meu corpo está muito mais bonito do que quando brincava. Estou muito mais feliz hoje do que antes ”, garante.
No Beach Park, Fernanda conta que passou dias incríveis com as filhas e o namorado de Júlia. “Gostamos muito de vir aqui. O Vitória gostou muito do trenó. O Insano, por outro lado, não aguenta”, brincou Fernanda, que já estava lá.
A medalhista olímpica – foi bronze nos Jogos de Atlanta em 1996 – aproveitou a viagem para rebater: participou de um amistoso na praia, com atletas do Centro Olímpico de Treinamento (CFO), também ex-alunos da Escola de Vôlei de Praia, da Federação Estadual de Voleibol do Ceará (FEVECE). Fernanda também foi à Praia do Futuro, um dos points de Fortaleza, para jogar bola fresca. “Sou da aula de frescobol”, explica, que costuma ser visto nas areias do Rio, onde mora, praticando esportes como o stand up paddle, geralmente pela manhã. “Gosto de acordar cedo, com o sol nascendo”, avisa.
Mãe de quem empreende todas as aventuras com as filhas, Fernanda diz que educou Júlia e Vitória para que não tivessem medo. “Essa coisa de ‘ah, não vá aí, o bicho vai te pegar’ deixa a criança insegura pelo resto da vida. É ‘vá com medo, mas vá’ ”, avalia. “A vida tem que ser assim, o medo é algo que não pode ser imposto a uma criança”, afirma.
Ela conta que a relação com Júlia e Vitória sempre foi fluida e que deu independência às meninas. “Tenho amigos que falam ‘Fernanda, você é muito calma’, porque uma filha viaja para Londres aos 10 anos, a outra aos 6 já está de avião. Mas o filho tem uma corda para você largar. Se você responder bem, se você for o responsável, você vai se soltar ”, ensina.
“Minhas filhas, graças a Deus, sempre foram muito responsáveis. Nunca estudei com eles, nunca tive que fazer nada. Todo mundo sabe o que tem que fazer e, se tiver algum problema, vai vir até mim ”, afirma o ex-atleta.
Fernanda faz parte da equipe que acredita que as crianças um dia voarão sozinhas. “Filho, você tem que criar para o mundo e não para você mesmo. Em uma hora eles saem, casam, te deixam e você perdeu muita coisa na vida ”, diz.