Milhares de manifestantes desafiaram as restrições impostas por causa da pandemia e foram às ruas de Varsóvia nesta sexta-feira (30) em protesto contra o endurecimento da lei do aborto dentro Polônia. E ele maior manifestação do país desde ou Tribunal Constitucional proibiu o procedimento em casos de malformação fetal.
Devido às altas taxas de infecção por coronavírus – houve 21.600 novos casos de Covid-19 somente nesta sexta-feira -, A Polónia restringiu as reuniões públicas a um máximo de cinco pessoas. Diante da megamanifestação, a promotoria polonesa disse que vai processar os organizadores por causar “ameaças epidemiológicas”, crime que pode levar a oito anos de prisão.
- PROTESTOS NA POLÔNIA: Premier alerta sobre risco da Covid em atos pró-aborto
Manifestantes participam de passeata em Varsóvia nesta sexta-feira (30) contra as restrições ao aborto na Polônia – Foto: Dawid Zuchowicz / Agencja Gazeta via Reuters
‘Dignidade = liberdade’, diz o pôster de um manifestante que saiu às ruas de Varsóvia nesta sexta-feira (30) em protesto contra medida que endurece as regras do aborto na Polônia – Foto: Kacper Pempel / Reuters
Os protestos se arrastam desde a semana passada, quando a mais alta corte da Polônia declarou a permissão para o aborto por malformação fetal inconstitucional. Com a decisão, a prática só é permitida para gravidez decorrente de estupro ou incesto, ou quando houver risco à saúde da mãe.
Aumenta a resistência às restrições ao aborto legal na Polônia e os manifestantes vão às ruas
Durante os protestos, os manifestantes carregaram cartazes com palavras como “Você não tem que andar sozinho” ou “Deus é mulher”. Alguns dos participantes também carregavam guarda-chuvas pretos ou raios, símbolos dos protestos.
Policiais formaram barreiras de contenção para evitar danos a igrejas e outros monumentos. Não havia registro de incidentes violentos graves até a última atualização deste relatório.
A confeitaria de Varsóvia, na Polônia, produz doces com desenhos relâmpago, símbolo dos protestos pró-aborto no país – Foto: Kuba Stezycki / Reuters
Polônia, Maioria católica e com uma das populações mais religiosas da Europa, tem uma das leis de aborto mais rígidas do continente. Essas restrições encontram apoio no governo polonês, liderado pelo partido conservador nacionalista PiS.
Nenhum domingo houve episódios de violência no país, quando manifestantes pró-aborto entraram em confronto com a polícia e ativistas católicos. A tensão foi ainda maior quando um grupo invadiu uma igreja que celebrava missa.
Além de protestos contra as restrições ao aborto, o governo polonês enfrenta Manifestações também de comerciantes e grupos de direita se opondo às medidas de contenção. impostas para conter a pandemia do coronavírus. Ao contrário de outros países europeus, a segunda onda na Polônia já é mais letal que a primeira, entre março e maio.
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